Pesquisadores conseguiram ativar genes de animais
vivos, fornecendo uma visão futura sobre as novas tecnologias gênicas que serão
usadas em humanos.
O trabalho, em que uma equipe usou ondas de rádio
para ligar a complexa cadeia produtora de insulina contidas em genes de
camundongos, foi publicado hoje na revista Science.
Jeffrey Friedman, um geneticista molecular da
Universidade Rockefeller, em Nova York e principal autor do estudo, diz que, no
curto prazo, os resultados vão levar a melhores ferramentas para permitir aos
cientistas manipular as células de modo não invasivo.
Friedman e os seus colegas usaram nano partículas
de óxido de ferro revestidas com anticorpos que se ligam a uma versão
modificada no canal TRPV1 que é sensível a temperatura, localizando-se sob a
superfície da pele.
Eles injetaram estas partículas em tumores que
cresceram sob as peles de ratos, então utilizaram o campo magnético gerado por
um dispositivo semelhante a uma máquina miniatura de ressonância para aquecer
as nanopartículas com ondas de baixa frequência de rádio.
Por sua vez, as nano partículas aquecidas ativaram
o canal de íons em uma temperatura de 42 ºC. Abertura do canal de cálcio
permitiu fluidez para as células, provocando sinais secundários na ativação de
genes sensíveis a produção de insulina.
Após 30 minutos de exposição às ondas de rádio, os
vários níveis de insulina dos ratos tinham aumentado e seus níveis de açúcar no
sangue caído.
Estrelas do rádio
“A grande coisa sobre este sistema é que ondas
de rádio podem penetrar o tecido profundo, e o TRPV1 pode concentrar esse
estímulo exatamente nos locais onde estão as nanopartículas”, diz David
Juluis, um fisiologista que estuda TRPV1 na Universidade da Califórnia.
Friedman diz que sua equipe não desenvolveu o
método como uma forma de gestão da diabetes, níveis de açúcar no sangue e
insulina simplesmente fornecem leituras convenientes fisiológicas para
verificar que o controle remoto está funcionando. “Há muitos bons
tratamentos para diabetes que são muito mais simples, diz ele. No entanto, o
sistema poderia potencialmente ser manipulado para produzir proteínas para o
tratamento de outras condições.”
Em experiência de controle os pesquisadores
mostraram que as ondas de rádio aqueciam apenas as células que continham as
nanopartículas, e que o calor não matou as células especializadas, nem se
espalhou para células vizinhas.
“Os campos magnéticos são uma boa maneira de
desenvolver energia suficiente sem fazer mal”, diz Arnd Pralle, um biofísico
da Universidade Estadual de Nova York em Buffalo, que já trabalhou em
neurônios, estimulantes usados mais investigação com ondas de rádio. No
entanto, diz ele, é necessária mais investigações para caracterizar plenamente
como as nanopartículas absorvem e redistribuem o calor.
A terapia gênica
O método atual de Fiedman não é prático para uso em
clínica, porque não é ético fazer crescer tumores em seres humanos, de modo que
os pesquisadores estão planejando usar este sistema de distribuição com outras
nanoalternativas. “Acho que as pessoas intuem que a tecnologia um dia terá
impacto na medicina humana”, diz Friedman.
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