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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Nanopartículas aquecidas por ondas de rádio podem ativar genes que produzem insulina


Pesquisadores conseguiram ativar genes de animais vivos, fornecendo uma visão futura sobre as novas tecnologias gênicas que serão usadas em humanos.
O trabalho, em que uma equipe usou ondas de rádio para ligar a complexa cadeia produtora de insulina contidas em genes de camundongos, foi publicado hoje na revista Science.
Jeffrey Friedman, um geneticista molecular da Universidade Rockefeller, em Nova York e principal autor do estudo, diz que, no curto prazo, os resultados vão levar a melhores ferramentas para permitir aos cientistas manipular as células de modo não invasivo.
Friedman e os seus colegas usaram nano partículas de óxido de ferro revestidas com anticorpos que se ligam a uma versão modificada no canal TRPV1 que é sensível a temperatura, localizando-se sob a superfície da pele.
Eles injetaram estas partículas em tumores que cresceram sob as peles de ratos, então utilizaram o campo magnético gerado por um dispositivo semelhante a uma máquina miniatura de ressonância para aquecer as nanopartículas com ondas de baixa frequência de rádio.
Por sua vez, as nano partículas aquecidas ativaram o canal de íons em uma temperatura de 42 ºC. Abertura do canal de cálcio permitiu fluidez para as células, provocando sinais secundários na ativação de genes sensíveis a produção de insulina.
Após 30 minutos de exposição às ondas de rádio, os vários níveis de insulina dos ratos tinham aumentado e seus níveis de açúcar no sangue caído.
Estrelas do rádio
A grande coisa sobre este sistema é que ondas de rádio podem penetrar o tecido profundo, e o TRPV1 pode concentrar esse estímulo exatamente nos locais onde estão as nanopartículas”, diz David Juluis, um fisiologista que estuda TRPV1 na Universidade da Califórnia.
Friedman diz que sua equipe não desenvolveu o método como uma forma de gestão da diabetes, níveis de açúcar no sangue e insulina simplesmente fornecem leituras convenientes fisiológicas para verificar que o controle remoto está funcionando. “Há muitos bons tratamentos para diabetes que são muito mais simples, diz ele. No entanto, o sistema poderia potencialmente ser manipulado para produzir proteínas para o tratamento de outras condições.”
Em experiência de controle os pesquisadores mostraram que as ondas de rádio aqueciam apenas as células que continham as nanopartículas, e que o calor não matou as células especializadas, nem se espalhou para células vizinhas.
Os campos magnéticos são uma boa maneira de desenvolver energia suficiente sem fazer mal”, diz Arnd Pralle, um biofísico da Universidade Estadual de Nova York em Buffalo, que já trabalhou em neurônios, estimulantes usados mais investigação com ondas de rádio. No entanto, diz ele, é necessária mais investigações para caracterizar plenamente como as nanopartículas absorvem e redistribuem o calor.
A terapia gênica
O método atual de Fiedman não é prático para uso em clínica, porque não é ético fazer crescer tumores em seres humanos, de modo que os pesquisadores estão planejando usar este sistema de distribuição com outras nanoalternativas. “Acho que as pessoas intuem que a tecnologia um dia terá impacto na medicina humana”, diz Friedman.

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